Imaginação no CORPO
Poesia de Ovídio Spínola
Dê a colaboração.
E faça também uma oração.
A dor voa, mas volta sempre
e pousa no meu coração.
Podemos viajar no sangue
e conhecer seu pulmão.
Ou ir para baixo e circular a unha do dedão.
Ou então subir até uma articulação.
Passando pelo intestino, prenda a respiração.
Escorregue na bacia e enxágüe a solidão.
Se quer passar um interurbano?
Utilize o orelhão e aproveite e leve cera para o chão.
Se gostar de um sonzão!
Podemos ir até o rádio, fica no braço,
portanto, não ficaremos na mão.
Agora, depois desta circulação,
medirei sua pressão e pulsação,
utilizando a mão e a imaginação.
Texto escrito durante descontração, numa sala de Ciências (1972).
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