Éramos cinco
Poesia: Ovídio Spínola
Três homens, duas mulheres, são os filhos de meus pais.
Família unida, querida e muito bonita.
Meu pai, homem íntegro, honesto e exemplar.
Minha mãe, mulher crente, decidida e trabalhadora.
Meus irmãos... Deixa eu contar:
O tempo passa e a gente cresce...
Infância, adolescência e adulto chegam e passam.
A realidade nem sempre está presente.
Você nem sempre demonstra aquilo que quer.
Tivemos sonhos, frustrações, vitórias e derrotas.
E muitas vezes fomos felizes.
Momentos alegres, de realização, de amor, de família.
Um olho vermelho do pai que chora de emoção.
Uma mão de mãe que só dá amor e dedicação.
E a amizade, o companheirismo e a força do irmão.
E assim foi por muito tempo: tínhamos pai, mãe e irmãos.
Hoje, mudou muito, ninguém é mais o mesmo,
cada um escolheu o seu caminho,
causando sem querer desunião para uma família que
sempre viveu este grande sonho .
E o tempo passa, e até eu saí de lá.
Lógico que casado, mas cheio de medo e saudades.
Sozinhos, vivendo de lembranças dos filhos, do passado.
Já não almoçamos juntos.
Já não existe tempo para um papo.
Já não compartilhamos alegria, nem dor.
Hoje, todos estão longe.
E não me vêem chorar.
Chorar de saudades.
Chorar de vontade de lhes abraçar.
E os sentimentos endurecem, a personalidade enfraquece.
E a situação, agora, a história é de cada um de nós.
Vamos ter nossas famílias, criá-las.
E, quando menos esperar, eles vão nos deixar.
Texto para retratar minha família, enfocando a realidade dos pais.
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